Em alusão ao curso de Iniciação à Advocacia, que se iniciará amanhã (26/05), promovido pela ESAPI/OAB-PI, resolvi tecer alguns comentários acerca deste tema tão sofrível. Sim. Iniciar à Advocacia é sim uma tarefa bem árdua. Árdua, pois os questionamentos são muitos e poucos são aqueles que parecem dispostos a auxiliar o advogado em início de carreira a conhecer os “meandros” desta profissão.
A primeira barreira a ser superada é a insegurança. O bacharel, por vezes, tem a expectativa de que ao longo do curso o mercado de trabalho se revele para ele como uma porta de hotel se abre para um hóspede. Contudo, não sabe que parte do sucesso profissional está, justamente, em saber o que se quer profissionalmente antes mesmo do término da graduação. A falta dessa definição gera o receio – a insegurança – que impede o jovem profissional de dispender suas energias num determinado projeto, pelo justo temor de não ser aquele a decisão acertada.
Tanto o ingresso nas carreiras públicas como a definição pela Advocacia requerem preparação e planejamento para que sejam exitosas. Preparação pois o estudo contínuo é lugar-comum em ambos. Planejamento uma vez que o sucesso passa, muitas vezes, mais por uma questão de estratégia do que de preparação. Imagine o acadêmico que tem anos de convívio com a prática trabalhista prestar concursos para as mais diversas áreas? Não seria melhor uma dedicação mais intensa nos certames dos Tribunais do Trabalho? O mesmo acontece quando o novel advogado menospreza sua experiência adquirida em anos de estágio ou numa outra profissão. Ocorre ainda quando não está atento aos relacionamentos – networking – que podem favorecê-lo na corrida por uma colocação no mercado de trabalho.
O segundo e contundente óbice é a desvalorização com que o advogado em início de carreira tem sido recepcionado pelo mercado de trabalho. Isto provoca, dentre outras práticas não recomendadas, o famigerado “leilão” de causas: o cliente contrata aquele que cobrar menos. Mais preocupante se torna o panorama do jovem profissional quando percebe que a depreciação se inicia com os próprios colegas ao remunerar seus pares com valores ínfimos (leia-se: advogado empregado). Iniciativas como a defesa do piso do Advogado já estão sendo empreendidas nesse sentido e tem como objetivo a justa remuneração daqueles vinculados a empresas, municípios (celetistas) e bancas de advocacia.
Seria presunção da minha parte tentar exaurir o tema em cinco ou seis parágrafos. Em verdade, cada profissional encontra obstáculos das mais diversas naturezas em diferentes situações. Tentar superá-los diariamente é o desafio daquele que abraça a Advocacia como carreira. As características comuns dos que empreendem esta atividade são o destemor e a constante disposição. Em faltando um ou outro o novel Advogado estará, certamente, condenado ao fracasso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário