Votação na Assembléia Legislativa
do Piauí. O “cargo da vez” é o de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
14 são os inscritos para o pleito. Mas – cá entre nós – não vamos perder o meu
e o seu tempo discutindo o mais-que-previsível resultado.
Minha surpresa é a surpresa de
alguns com o fato. Em tempos de “ficha-limpa” e ano eleitoral surgem arautos
dos quatro cantos bradando a ética, a moralidade, a transparência com a coisa
pública. Talvez esqueçam que essa estrutura fomos nós que montamos.
Numa eleição para 30 vagas ao
cargo de Deputado Estadual nós elegemos 27 que abertamente deram os seus
préstimos ao atual Governo – apoiado pelo Governo anterior. Eu não estou
falando de maioria: estou tratando de ESMAGADORA MAIORIA. E para os defensores
do “poder de plantão” eu faço um alerta antes que me amaldiçoem: não coaduno
com a postura dos que se dizem opositores, pelo simples fato de que um único
dissidente provou ser mais opositor do que três opositores
reunidos.
Admiro o esforço dos demais que
se inscreveram para pleitear o cargo. Sabemos que remarão contra a maré. Não me
conformo, contudo, com a postura de muitos inconformados que ratificaram um
Governo problemático, deram ampla liberdade ao colocarem os “fiscalizadores”
que este mesmo Governo queria naquela Casa e agora qualificam a situação como
um grande absurdo, aviltante, amoral, dentre vários outros adjetivos iniciados
com a primeira vogal.
Acompanhemos a reação das
organizações civis nesta quarta-feira próxima. Alarde, protestos, medidas
judiciais, talvez. Nenhuma, porém, é tão eficiente quanto aquele que
depositamos numa caixinha robotizada de dois em dois anos. E enquanto não
aprendermos a utilizar continuaremos a achar tudo um absurdo, aviltante, amoral.
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